Poucos escritores, quanto o poeta Rainer Maria Rilke, são tão recomendáveis para acolher estes dias iniciais de Novembro, em que a morte se torna mais amplamente presente. O diário austríaco Kleine Zeitung, editado em Graza, a segunda maior cidade do país, e Klagenfurt, trouxe-o para a primeira página no Dia de Todos os Santos, citando o derradeiro poema de O livro das imagens (1).
Não é habitual encontrar um poema na primeira página de um diário, mas não se pode considerar injustificado o destaque concedido a “Fragmento final” (2).
A morte é grande.
Com o riso na boca,
somos seus.
Quando julgamos estar no meio da vida,
A morte ousa chorar
no meio de nós.
(1) Lisboa, Relógio d’Água, 2005
(2) A tradução é de Maria João Costa Pereira.