Através de quatro prémios, os Repórteres Sem Fronteiras homenagearam hoje, em Taiwan, a coragem, a independência, o impacto e a luta pela liberdade de imprensa de um jornalista detido em Hong Kong.

O Prémio de Coragem foi concedido a Elena Milachina, da Rússia, jornalista de investigação do tri-semanário Novaïa Gazeta. Ocupa o lugar de Anna Politkovskaïa, sua colega, assassinada em 2006. Alvo de ataques regulares, o mais recente em Fevereiro, num hotel em Grozny, e de ameaças de morte e de censura, Elena Milachina continua a publicar artigos sem concessões sobre as questões chechenas mais sensíveis.

O Prémio de Independência foi para Lina Attalah, do Egipto. Co-fundadora e editora-chefe do Mada Masr, um dos últimos sites de notícias independentes no Egito, a jornalista aborda assuntos delicados e luta contra a autocensura. Num país em que a maioria dos principais grupos de imprensa foi adquirida por pessoas próximas do presidente, Lina Attalah pagou por ser independente. Foi presa em várias ocasiões após investigações ou entrevistas e as instalações da sua redacção foram revistadas em 2019, após a publicação de uma investigação sobre o filho do presidente Abdel Fattah Al-Sisi. O acesso ao site do Mada Masr está bloqueado pelas autoridades egípcias. Lina Attalah está na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo estabelecida pela Time Magazine em 2020.

O Prémio de Impacto foi entregue à Radio Merman, do Afeganistão. É a primeira emissora de rádio de Kandahar. Tem por objectivo servir a causa das mulheres do Afeganistão. Uma equipa de 15 mulheres jornalistas, produtoras e técnicas organiza, em colaboração com outras instituições, programas de combate à violência contra as mulheres. A rádio também oferece formação em jornalismo para mulheres. A estação opera apesar das ameaças dos talibãs, dos alertas da agência de segurança e dos ataques contra as suas jornalistas.

O Prémio Especial pretende ser uma manifestação de solidariedade com Jimmy Lai, presentemente detido em Hong Kong, em reconhecimento pela circunstância de, em condições muito adversas, dirigir um dos raros diários de Hong Kong que ousa criticar abertamente o regime chinês, o Apple Daily.

A lista completa dos nomeados pode ser consultada em “Três prémios para defender a liberdade de imprensa”.

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