A divulgação dos resultados dos testes realizados no âmbito do Programme for International Student Assessment (PISA), promovido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), que pretende avaliar a capacidade dos alunos de 15 anos para usarem as suas competências de Leitura, de Matemática e de Ciências para enfrentarem os desafios da vida real, proporciona habitualmente um pretexto para diversas controvérsias, particularmente sobre a quem devem ser atribuídos os méritos pelos bons resultados ou as culpas pelos maus.
A ocasião é ainda aproveitada para se sugerir que se olhem para os sistemas educativos que melhores resultados apresentam ou que evidenciam grandes progressões. Em França, o jornal Aujourd’hui en France incluiu, nas páginas 2 e 3 da edição de 4 de Dezembro, um conjunto de países em que a França se deveria inspirar. Portugal é um deles. O jornal refere que a circunstância de o nosso país, no ano 2000, ter apresentado resultados medíocres e agora se posicionar em 24.º lugar numa lista de 79 países serve a Eric Charbonnier, analista na Direcção de Educação da OCDE, como “prova de que não há fatalidades em matéria educativa”. O trabalho jornalístico tem, todavia, algo de curioso. É que a França está mais bem colocada do que Portugal, tendo, portanto, os alunos franceses obtido melhores resultados do que os portugueses. O certo é que, não havendo “fatalidades em matéria educativa”, uns e outros podem ainda progredir.