Captura de ecrã do Observador

É bem sabido que as sociedades democráticas necessitam de um jornalismo independente e plural. O lugar-comum acertado pode implicar que, particularmente em momentos mais difíceis, se promovam políticas de apoio aos meios de comunicação social. O presente folhetim do dinheiro atirado aos media, com os episódios caricatos de quantias reduzidas que aumentam em consequência do desagrado manifestado por quem as iria receber, ilustra o que está muito longe de poder ser considerado como uma política.
Em vários sectores, confunde-se frequentemente o que é um instrumento – um subsídio, por exemplo – com o que é uma finalidade. Dar dinheiro – discriminadamente ou indiscriminadamente, para o caso tanto faz – não é exactamente uma política. Pode ser simpático enfiar dinheiro nos bolsos dos grupos de media, sobretudo para os que recebem mais, mas não é nisso que se fundamenta uma política. Não é esse simulacro que fortalece o jornalismo independente e plural.
De resto, para pensar uma política para os media, torna-se desde logo necessário começar por ter em conta algo que Sophia de Mello Breyner Andresen tão adequadamente defendeu: “A Liberdade de Informação não é só a liberdade de informar mas é fundamentalmente a liberdade de ser informado”.

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