A libertação de Mohamed Lamin Haddi, jornalista saharaui detido pelas autoridades marroquinas, é reclamada por diversas organizações como o Observatório para a Protecção dos Direitos Humanos, programa conjunto da Organização Mundial Contra a Tortura e da Federação Internacional dos Direitos Humanos, e a Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental.
Esta associação tem alertado o poder político e os jornalistas para a necessidade de contribuirem para libertar urgentemente Mohamed Lamin Haddi, detido na sequência da cobertura noticiosa das manifestações e actividades levadas a cabo no Acampamento da Dignidade de Gdeim Izik, situado a sul da cidade de El Aaiún, no Sahara Ocidental, antes do seu desmantelamento em 2010. É que, encontrando-se em greve de fome para denunciar os maus-tratos de que tem sido alvo, incluindo três anos de isolamento, a falta de alimentação adequada, a ausência de luz na sua cela e a negação de assistência médica, Mohamed Lamin Haddi tem a sua vida em perigo.
A Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental associa-se também ao apelo do Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária para a libertação imediata do jornalista saharaui Walid Salek El Batal, do grupo de militantes do Smara News, “que foi interceptado numa viatura por agentes marroquinos à paisana, em Smara, em Junho de 2019 e condenado a seis anos, depois reduzidos para dois”. Walid Salek El Batal foi violentamente espancado pela polícia, numa cena gravada por um cidadão anónimo, que o serviço de verificação do jornal norte-americano The Washington Post confirmou como verdadeira e que foi denunciada por inúmeras organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch”.
A perseguição política não visa apenas jornalistas, explica a Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental.  Em 2020, o recomeço da guerra, que se seguiu à quebra marroquina do cessar-fogo em vigor desde 1991, e a pandemia, “têm dado cobertura a um recrudescimento da repressão contra activistas, jornalistas e presos políticos saharauis no território ocupado e nas cadeias marroquinas”.
“A questão do Sahara Ocidental é fundamentalmente semelhante à de Timor-Leste”, escreveu Luísa Teotónio Pereira, membro da Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental, no site 7 Margens, observando que se trata de “um caso de descolonização ainda pendente, o último em África”.

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